VIANA CIDADE DOS LAGOS


Viana, Viana torrão gentil...

"Ainda és a mesma cidade? Não, não pode mais. A cidade é uma circunstância que muda, que flui, que se altera. Por outro lado, as mudanças que sofremos ao longo do tempo influenciam em nosso modo de pensar...".
(Lourival Serejo - Do alto da matriz).


As informações contidas nesta página são baseadas em pesquisas realizadas através de livros, jornais e pessoas que fazem e continuam fazendo a história desta cidade: "Viana Cidade dos Lagos". Agradeço por acessar esta página. Este é mais um espaço para conhecermos melhor a nossa história e preservarmos o nosso patrimônio.

Viana Cidade dos Lagos
"Quando os primeiros colonizadores portugueses chegaram à antiga aldeia de Maracu, nos idos de 1683, extaziaram-se com a paisagem ímpar do lugar, composta por uma península que avançava sobre um lago de indescritível beleza cênica e rico em espécies aquáticas (incluindo grande quantidade de aves, as quais faziam seus ninhos na vegetação verdejante que bordava a superfície das águas)..."
(O Renascer Vianense)

Viana é um município brasileiro localizado na microregião da Baixada Maranhense, Estado do Maranhão.  Sua população é de  50.257 habitantes, segundo estimativa do IBGE em 2012, distribuidos em 1.162km(2) de área.

A cidade de Viana fica localizada na Baixada Maranhense, a 210km de São Luís, capital do Estado do Maranhão, e, a 108km em linha reta. A vila foi fundada em 8 de julho de 1757 e teve origem, muitos anos antes, na aldeia de Nossa Senhora da Conceição do Maracu, dos índios Guajajara, à margem do Lago Maracu. Em 1855 a vila foi elevada à categoria de cidade. Os jesuítas construíram uma igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição, que, desde então, tornou-se a padroeira dos vianenses.

Este marco histórico inicial, pelo fato de ter sido fundada por iniciativa dos jesuítas, assinalou a vocação de Viana para as coisas religiosas e uma atividade cultural intensa que se espraiou pelos anos afora. No princípio da cidade, viam-se palhoças e choupanas que, com o tempo, foram dando lugar com progressiva frequência às casas de telhas estilo colonial. A cidade dá as costas para o lago e tem feição colonial típica. No trecho mais antigo do perímetro urbano, a maior parte das casas foi construída no século passado, na era do esplendor do açúcar e do trabalho escravo. As casas desse período foram todas construídas de pesadas pedras ou tijolos do mesmo estilo tradicional português, com azulejos e sacadas de ferro... Viana é comarca de segunda entrância. Pela lei nº 07, de 29 de abril de 1835, foi criada a Comarca de Viana, uma das mais antigas do Estado do Maranhão. Existe também: Agência de Estatística, criada em 1937; Agência dos Correios e Telégrafos, criada em 1901; Serviço de Telecomunicação, antiga Telma, criada em no dia 05 de maio de 1968, hoje Oi; Coletoria Estadual, criada em 1885; Agência do Banco do Estado do Maranhão, criada em janeiro de 1967, hoje Bradesco, cujo terreno para construção do prédio foi doado pelo Dr. José Pereira Gomes, pai de Rogério Du Maranhão, Cantor, Compositor, Produtor Instrumentista, Poeta, Escritor, Ator, Presidente da Fundação Dilú Mello, membro da Academia Vianense de Letras, Jornalista e Pós Graduado em Psicanálise. A paróquia de Viana foi criada em 1857 e a diocese, em 1963...
(A Viana dos meus avós e a que eu vivi - Rogério Du Maranhão)

BANDEIRA VIANENSE

Atual Bandeira Vianense
Antiga Bandeira Vianense
O criador da bandeira, patrono de uma cadeira da nossa Academia, foi João de Parma Mantezuma da Silva que, por coincidência, era o Intendente Municipal, em exercício, à época da aprovação do projeto de lei. Abaixo, a íntegra da Lei nº 112, de 7 de fevereiro de 1919 e publicada no diário Oficial de 1º de março de 1919. Depois de muita pesquisa, os confrades Lourival Serejo e Carlos Gaspar conseguiram encontrar a lei da Câmara Municipal de Viana que criou nossa bandeira, o símbolo maior do nosso município. Sempre se buscou saber quem seria o autor da bandeira. Especulava-se entre Mariano Cunha e um padre, do qual não se sabia o nome. Agora, tudo foi esclarecido, em proveito da nossa história. Para surpresa nossa, verificou-se que a atual bandeira é um equívoco, isto é não está de acordo com o projeto original que se materializou numa lei. A verdadeira bandeira vianense é composta de três listras em cores azul, branco e verde. A simbologia de cada cor é explicada no próprio texto da lei com a precisão e beleza de um poema. 







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Fonte Renascer Vianense

Cognominada Princesa dos Lagos e Campos da baixada. Situa-se na zona fisiográfica da Baixada Maranhense juntamente com as cidades de Vitória do Mearim, Arari, Anajatuba, Cajari, Matinha, Monção, Palmeirândia, Penalva, Peri-Mirim, Pinheiro, Santa Helena, São Bento, São João Batista e São Vicente de Férrer - "uma península à margem do lago." Nosso clima é subequatorial, quente e super úmido, com temperatura oscilante de 32 a 35 graus à sombra durante o dia, 26 a 27 à noite. A estação chuvosa vai de fevereiro a maio, sendo que nos últimos dois meses as chuvas apresentam-se com maior intensidade. A altitude na sede é de vinte metros acima do nível do mar. A superfície do lago é de 18km. Os principais Picos são: Pano Grosso (90m de altura); Pirapemas (Senaro, com 70m de altura) e Mocora (60m de altura), este pertencente ao município de Cajari, sendo o mais baixo dos três, é o que mais realça a paisagem.

FORMA PESQUEIRA - Para retirar o peixe do lago, eram utilizado: gaiolas, flechas, rede de arrasto e tarrafa de arrastão. Voltando no tempo: "a camboa (várias canoas cercavam os peixes para serem pescados), a espera, a moponga, a musuá e a tapagem." Dentre as espécie, a tarira em outras épocas, a sua salga para um bom negócio, alcançava proporções de pequena indústria, chegando a exportar para as cidades vizinhas. Hoje porém, este tipo de comércio, apenas em pequeno porte.

ILHAS - Temos quatro ilhas: Sacoã, entre o Mocoroca e a cidade; Sacoãzinho, ao lado de Sacoã; Carará, perto de Pano Grosso e Mocoroca. As demais ilhas no período chuvoso, tornam-se inundáveis. Exceto Mocoroca.

No início a cidade só tinha uma praça, a da Matriz; lá, os jesuítas edificaram na extremidade de um "exporão de terras firme que avançava entre a lagoa e uma das enseadas" a Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Construída a igreja e delimitando-se em frente ao respectivo lago não puderam os jesuítas, sem dúvida, por falta de tempo, demarcar novas praças e assim o povoado começou a espraiar-se sem alas para a direita, mais ainda para a esquerda, com suas estreitas e tortuosas ruas, até cobrir toda a ponta entre as águas do lago à esquerda e a reentrãncia da Grugreia à direita. Coberta esta parte da penísula, a nova vila começou a dilatar-se para o norte, galgando parte mais altas, chegando depressões por três ruas principais até atingir outra reentrância do campo conhecida como Enseada da Moizinha.

LETRA DO HINO VIANENSE

Letra por: Temistocles Lima
Melodia: Amancio de Aquino
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Salve a terra abençoada
Viana torrão gentil
Rica pérola engastada
Nos adornos do Brasil

Veneza dileta amada
És filha do Maranhão
Berço de heróis destinada
A suprema comunhão

Rútila estrela brilhante
Neste puro céu ameno
Que centila radiante
Sobre o teu lago sereno

Salve pavilhão ridente
De lindas cores brilhantes
Que a mocidade contente
Te saúda delirante

LETRA DO HINO À BANDEIRA VIANENSE
Ermelindo Sales
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Azul é a cor do céu
Branco é a paz no coração
Verde é a cor dos nossos campos
Tão belos na imensidão

As cores da nossa bandeira
Tremulando no pavilhão
Retrata Viana altaneira
Um pedaço do Brasil no Maranhão

São três cores, são três raças
Portuguesa, indígena, africana
Miscigenação que entrelaça
O sentimento do povo de Viana

A bandeira de Viana
É orgulho pra nossa gente
A cidade se engalana
Pra festejá-la contente

Ao vê-la no alto hasteada
Sentimos ser nosso dever
Querer a bandeira exaltada
Nas três cores bonita de se ver

A gravação do Hino à Bandeira Vianense é um marco único e significativo, pois somos a primeira cidade maranhense a ter um Hino de louvor ao símbolo maior: a Bandeira da cidade.

PREFEITOS MUNICIPAIS

Desde 1892 Viana foi administrada por vários prefeitos até o atual:

1º Antonio Serafim da Costa – 09/12/1892 a 31/12/1896
2º Fenelon Olinto de Castro Sousa – 01/01/1897 a 31/12/1899
3º Raimundo N. Serra Nunes – 01/01/1900 a 31/12/1903
4º Toletino Augusto Veloso – 01/01/1904 a 31/12/1908
5º Antonio Serafim da Costa – 01/01/1909 a 31/12/1912
6º Lionel Alves de Carvalho – 01/01/1913 a 31/12/1915
7º João Batista Balby – 01/01/1916 a 31/12/1918
8º Raimundo N. Serra Nunes – 01/01/1919 a 31/12/1920
9º Ozimo de Carvalho – 01/01/1921 a 31/12/1924
10º Delfim Neves Pinheiro – 01/01/1925 a 31/12/1927
11º Capitão José Mochel – 01/01/1928 a 27/04/1928
12º Raimundo N. Serra Nunes – 28/04/1928 a 16/10/1930
13º José Fernandes Santos – 17/10/1930 a 26/10/1930
14º Ten. Domingos B. da Silva – 27/10/1930 a 20/12/1930
15º Ten. Justino Lopes da Cunha – 21/12/1930 a 09/02/1931
16º Edgard Serzedelo de Carvalho – 10/02/1931 a 13/03/1931
17º Ten. Domingos B. da Silva – 14/03/1931 a 25/08/1931
18º Henrique Guimarães – 26/08/1931 a 19/03/1933
19º Francisco Toledo Pires – 20/03/1933 a 20/05/1933
20º Jerônimo Calazans Ferraz – 21/05/1933 a 24/08/1933
21º Joaquim Mendes da Rocha – 25/08/1933 a 31/07/1934
22º Antonio Tibúrcio Pereira – 01/08/1934 a 12/11/1934
23º Almir Ferreira Vale – 13/11/1934 a 09/05/1935
24º João de Carvalho – 10/01/1935 a 31/06/1935
25º Raimundo Nascimento Borges – 01/07/1935 a 06/08/1937
26º Ezequiel de Oliveira Gomes – 07/08/1937 a 31/01/1938
27º Arnaldo de Mato Pereira – 24/01/1938 a 22/08/1939
28º Vicente Aires Pedreiras – 23/02/1939 a 22/03/1944
29º Manoel Campos de Sousa – 23/03/1944 a 07/03/1945
30º João de Carvalho – 10/01/1945 a 14/06/1945
31º José Miguel de Castro – 15/06/1945 a 03/12/1945
32º Ezequiel de Oliveira Gomes – 01/01/1946 a 31/01/1951
33º Luis de Almeida Couto – 01/02/1951 a 31/01/1956
34º Ozimo de Carvalho – 01/02/1956 a 07/09/1956
35º Heráclito Alves Silva – 08/09/1956 a 30/06/1957
36º Antonio da Rocha Barros – 01/07/1957 a 30/07/1961
37º José Pereira Gomes – 01/08/1961 a 31/08/1966
38º Acrísio Mendonça – 01/09/1966 a 31/10/1970
39º Lino Mousinho Lopes – 01/11/1970 a 30/11/1973
40º Walber Duaillibe – 01/01/1973 a 31/12/1977
41º Batista Luzardo Pinheiro Barros – 01/01/1978 a 31/12/1982
42º Walber Duaillibe – 01/01/1983 a 01/01/1988
43º Djalma Campos – 01/01/1988 a 01/01/1992
44º Daniel do Nascimento Gomes – 01/01/1992 a 01/01/1996
45º Messias Costa Neto – 01/01/1996 a 01/01/2004
46º Rivalmar Luis Gonçalves Moraes – 01/01/2004 a 11/09/2012
47º Benito Coelho Filho – 12/09/2012 a 09/10/2012
48º Rivalmar Luis Gonçalves Moraes – 09/10/2012 a 01/01/2013
49º Francisco de Assis Castro Gomes - 01/01/2013

ESTA É A MINHA VIANA...
Fotos: Costa Júnior - Divulgando os encantos da Região dos Lagos.
Observe! Valorize! Este patrimônio faz parte de você.

"A nossa história transforma-se a todo instante!
Talvez, quando despertar para o amanhã,
você apenas ficará com a lembrança
de que poderia ter vivido este momento.
Pois lembranças, influenciam em nosso modo de pensar!"
(Costa Júnior; Editor Chefe do Blog)



O CANTO DO GALO
Minha Vida, Minha Luta de Travassos Furtado

     O velho e famoso Canto do Galo, situado no cruzamento das ruas Antonio Lopes e Amélia Carvalho, faz parte integrante da história de Viana, justamente porque, há quase um século, existe, ali, naquela esquina, um galo de ferro, preso à parede da casa de propriedade, hoje, da Assembleia de Deus.
  Toda a população vianense, zelando pelas ricas tradições da terra, preocupa-se justificadamente, com o galo e com o local, onde o mesmo se encontra, por considerá-los, com muita razão, relíquias de grande valor histórico. Mas, poucos, na verdade, são os que conhecem a verdadeira história do galo, uma história que está beirando a casa dos 100 anos.
...O galo foi trazido de Lisboa pelo comerciante português Manoel Julio da Silva, estabelecido naquele local. Ao chegar em Viana o mensionado lusitano solicitou e conseguiu o apoio da Câmara Municipal para a realização de uma grande passeata, que teve lugar no dia 30 de setembro de 1889, com música, foguete e muita gente. O galo foi, então, conduzido pelo povo, por entre ruidosas aclamações até a residência do português, em cuja parede externa foi colocado. Esse movimento passou à história com o nome de "Passeata do Galo" e constituiu excelente promoção para o negócio do inteligente comerciante, que tinha como auxiliar de confiança o Sr. Raimundo Soeiro Gomes, o qual, mais tarde, se tornou proprietário da casa e do galo. ...Muitas histórias estórias se contavam em Viana a seu respeito, inclusive, aquela de que o galo referido tinha um dispositivo especial, que o fazia funcionar como um relógio, para cantar de hora em hora. Essa história, porém, não tinha o menor fundamento, não passando de produto da imaginação criativa do povo.

DA PRAIA DO AREAL AO PARQUE DILÚ MELLO
(Jornal Renascer Vianense - Viana(MA), 250° Aniversário - julho/agosto de 2007)
Pedro Mendengo Filho

Não se tem registro de como os índios que habitavam esse esporão de terra onde hoje é a Praça da Matriz, chamavam esse pequeno espraiado visto do alto. Sabe-se que no cimo deste esporão ficava a aldeia maior, comandada por um cacique geral, que de lá controlava e comandava tudo e todos.

Dentro da cultura indígena, os rituais de nascimento e fúnebres eram realizados na parte penisular e os de sacrifícios, oferendas e adorações aconteciam nas encostas desse esporão (onde já foram encontradas ossadas humanas). Também por sua situação previlegiada, em outros tempos, esse local foi o principal posto controlador da entrada e saída de nativos; livres e aprisionados nas guerras tribais.

Com a chegada dos jesuítas por estas bandas, em 1683, e posterior conquista da península principal, para a construção da sede da Aldeia Maracu, começam as transformações físicas e paisagísticas deste espraiado, o qual forma no verão, uma faixa extensas de areias banhadas pelas águas do lago. Formação esta resultante do acúmulo de material estratificado, arrastado pelas chuvas, e também pela impulsão das marés altas procedentes do Golfão Maranhense.

Consumada a conquista desejada, os missionários fizeram edificar ali uma igreja sob a evocação de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e, em derredor, formando uma praça de forma retangular, construíram vários alojamentos para abrigarem os índios que aldeavam e os de Doutrina(como eram chamados os índios já catequizados trazidos do lugar denominado Itaqui), que lhes acompanhavam em missões pelas matas e também arrebatavam outros irmãos silvícolas para o rebanho da fé cristã.

Nesse aldeamento, os padres jesuítas formaram as ações administrativas de suas fazendas e engenhos, traçaram estratégias no recrutamento e controle da região e a base econômica para o sustento da missão do Colégio Nossa Senhora da Luz do Maranhão(sediado em São Luís) e outras instituições pertencentes à Companhia de Jesus, até quando, em 1757, perderam os direitos temporais dos aldeamentos silvícolas, por determinação de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, primeiro ministro de Portugual, em função de radicais diferenças de objetivos deste com aqueles religiosos.

Com o passar dos anos, em Viana, enquanto vila e depois cidade, a Praia do Areal foi-se configurando como um lugar apropiado para uma atividade econômica de grande necessidade na produção pesqueira: a salga e secagem de pescados. Era o local preferido dos pescadores que, nos meses de verão, mudavam-se com toda a família para as margens do lago, pois o trabalho de manejo e preparo da produção recolhida exigia mãos habilidosas para o trato do pescado fresco e imediato processo de salga. Durante décadas, arrobas e mais arrobas de peixe salgado-seco eram exportadas para os povoados e outros municípios maranhense, gerando boa fonte de renda para esses profissionais.

Como a flora era uma moldura viva do lago de Viana, a Praia do Areal possuia uma vegetação densa que servia de habitat para várias espécieis de aves que enriqueciam o seu cenário.

A FESTA DE NOSSA SENHORA APARECIDA

Na primeira metade do século passado, a atuação da igreja Católica se fez cada vez mais marcante no seio da coletividade vianense. Várias capelas foram criadas em pontos diferentes da cidade, como a Nossa Senhora de Fátima no Caminho Grande, São Judas Tadeu no Muquiço, Nossa Senhora do Nazaré no Nazaré e de Nossa Senhora Aparecida na Praia do Areal. Provavelmente a escolha deste local deveu-se ao fato de estar próximo dos pescadores, pois foram dois desses profissionais que recolheram a imagem da santa, no Rio Paraíba, Estado de São Paulo. Por situar-se num lugar alagável no inverno, a capela de palha era erguida todos os anos, no mês de outrubro. A festa constituía-se de novenas, largo com banda de músicas, missa campal e procissão.

No Areal aconteciam também os passeios a pés em noites de lua. Caminhar pela beira do lago, observando a superfície prateadas das águas pelos reflexos da lua, propiciava um prazer indiscritível. No final do passeio, sempre acontecia uma apetitosa comilança de melancias, trazidas de Arari e muito bem consumidas em Viana, principalmente no Areal.

O FESTIVAL DO PEIXE

Muito tempo depois de extinta a festa de Nossa Senhora Aparecida, Nezinho Soares(pinheirense que adotou Viana com sua cidade) teve a feliz iniciativa de criar, naquele mesmo local, o Festival do Peixe. São dele as seguintes palavras, extraídas de um manuscrito de sua autoria, intitulado "Olhando Viana": Nós, que acompanhamos por muitos anos a festa de Nazaré em Viana, sabemos perfeitamente das causas e das consequências negativas da extinção da referida festa, principalmente econômicas, pois canalizada dinheiro de outros municípios para Viana. Com o término daquela festa, resolvi lançar outra semelhante àquela destruída, nascendo a Festa do Peixe - criação, organização e estrutura exclusiva nossa".
...A festa ano a ano continua em igualdade com a festa de Nazaré, com maior afluência de pessoas vindas de todos os recantos do nosso e outros Estados. Tem sido uma corrente abundante de dinheiro no comércio e na vida privada da cidade, convergindo de outros municípios e de outros rincões do nosso país, grande números de comerciantes ambulantes. Parque de diversões com suas distrações permanentes enfeitam o recinto da Festa do Peixe. Outras atrações folclóricas como Bumba-meu-boi, Tambor de Crioula, Baile de São Gonçalo, Dança do Maracu e Tambor de Mina, completam a formosura da nossa criatividade.

Mas foi por muito pouco tempo que essa nova modalidade de festa permaneceu sob organização particular. Como um toque de mágica a adimistração pública incorporou esse evento como uma atividade cultural municipal e hoje faz parte do calendário das festas anuais, gerenciados pela Prefeitura de Viana.

A CONSTRUÇÃO DO PARQUE DILU MELLO

Em 1994, o prefeito Daniel Gomes Filho iniciou o aterro da Praia do Areal, obra muito bem recebida pela população, necessitada de um espaço de lazer. Daí em diante nenhuma outra admistração posterior quis concluir o projeto, o que fez a degradação ambiental, nesse local, acelerar-se em progressão geométrica. Um desastre ecológico para o Antigo Areal, que viu, em menos de dois anos, toda a sua vegetação endêmica desaparecer, sufocada pelo esgotamento sanitário cladestino.

A construção do aterro sem obedecer, ao mínimo, as regras básicas da saúde pública, (que requeria a construção do esgoto sanitário do parque), aliada à ocupação imediata de moradores fixos, ao mesmo tempo em que se destina o uso do local como espaço de atividades culturais foi uma grande fatalidade. É expor a população vianense a riscos maiores de febre-amarela, cólera, tifo, dengue, conjuntivite e outras doenças transmitidas pela falta de higiene pública.

O PARQUE DILÚ MELLO

Já no final do século XX, entre muitos dos sonhos de uma pequena parcela dos filhos de Viana, um desses sonhos se transformaria em realidade. Graças a ação louvável do jornalista Luis Alexandre Brenha Raposo, na luta para fazer valer o nome de vianenses ilustres, que projetaram o nome da cidade no país e no exterior, conseguiu ele, depois de várias conversas e articulações com as autoridades municipais da época, a alteração do nome do Parque do Areal para homenagear a compositora, instrumentista e cantora Maria de Lourdes Argollo Olíver.

Assim, no dia 13 de setembro de 1998, dois anos antes de falecer, a filha mais ilustre de Viana voltou à sua terra natal para, emocionadíssima, descerrar uma placa que a partir daquele momento dava ao local o seu nome artístico.

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